terça-feira, 24 de junho de 2008

«Oração Final»

Devassa-se a realidade, à custa de não querê-la.
Sonha-se só com o impossível que se quer.
Tímida e sem contorno, a utopia aguarda,
ansiosa, de tomar consciência de si.
Viva o nada que é tudo!
Abaixo o tudo que é nada!
Ao menos por um instante, subvertem-se o plausível,
ponha-se em suspenso o evidente,
reduza-se a estilhaços tudo quanto é crível
e fique apenas esse pouco mais que nada,
essa pura possibilidade,
esse projecto sem forma nem matiz
que é o apelo mais rouco e fundo
que de nós brota, quando à vida se confessa.
Que cada um descubra cada Outro que há em si!
Seja cada dia um hino à vida generosa
e a felicidade o deus supremo de cada um.
Rui Valada
" Tempo breve que passaste,
tarde ou nunca tornarás.
Quem com lágrimas pudera
fazer-te tornar atrás! "

segunda-feira, 9 de junho de 2008

" Contrariamente ao que se julga, é muito mais dificil narrar o banal do que o extraordinário, descer a uma vida igual a mil e uma outras , e ilumina-la . Para o fazer, tem de se ter uma grande capacidade para assumir a dor . Dor da vida , da imperfeição , da confusão , dor do desvario , da procura que não consegue concluir-se . "

No principio parece que tudo acabou , parece que a vida não tem sentido . Parece que morremos , sentimos uma dor profunda dentro de nós , que se está a apoderar das nossas forças .

Batemos no fundo , tudo é escuro , não há vida , muito menos um raio de sol . A tristeza vence por momentos . Mas passado um tempo ves uma mão , a mão da vida .

Estás viva . A escuridão começa a desaparecer, e o sol volta a brilhar , e a alegria a vencer .

quarta-feira, 4 de junho de 2008


Não me mostres o teu lado feliz

A luz do teu rosto quando sorris

Faz-me crer que tudo em ti é risonho

Como se viesses do fundo de um sonho